segunda-feira, 31 de maio de 2010

UMA CASA GALLEGA, UMA REDE E UM CANASTRO

Estamos na Casa Amenal, provavelmente, nosso último pouso antes de chegarmos a Santiago.
É uma casa dirigida por uma pessoa maravilhosa chamada Marisa. Lembra-me muito a Olga, irmã da minha sogra, que mora em um pueblo perto de Tuy, no sul da Galícia, quase fronteira com Portugal.
É gente muito simples e que nos deixa muito à vontade

O jantar foi servido sem as duas australianas que estavam com problemas intestinais e para quem a Marisa havia feito uma canja sem gordura.
Elas pareciam realmente muito mal. Eu havia passado por elas um pouco antes, no caminho, e aparentavam estar esgotadas.
Elas jantaram antes de nós, mas chegamos a conversar um pouco. No dia seguinte elas sairam antes e, alguns km adiante passamos por elas. Pareciam melhor.

Casa gallega. Comida gallega. Membrilho, tetilha e aguardiente de hierbas.

Pra Ines, Paulo, Marli, Simone, José, Edson e demais peregrinos que não levam a sério a questão da rede.
Rede é tudo para um peregrino cansado.
Vou lançar duas campanhas:
1- Abaixo as descidas
2- Campanha pela instalação de ganchos nos albergues e demais locais de descanso do caminho.




Finalmente um canastro. High tech

UM DIA ANTES DO CEBREIRO

O dia que antecede a subida ao Cebreiro é relativamente tranquilo. Sem grandes subidas nem descidas

Passamos por Villafranca del Bierzo às 11 horas e já havia gente esperando a abertura do albergue. Despachei pelo correio as roupas de frio que ainda levava. Pesei a minha mochlila sem os casacos: 6,2 kg.
Depois de Villafranca o caminho segue as carreteras. A meta é ficar em Ruitelan, no albergue do Carlos e Luis, recomendados pela Ines.

Em Vega de Valcarce (um km antes de Ruitelan) a gente vê o anúncio de uma pensão chamada Fernandes. Já estávamos cansados e decidimos investigar. Eles tinham um apartamento de três quartos, banheiro e cozinha. R$ 45 euros. Quinze pra cada.
Ficamos.
Na frente do apartamento, o rio Valcarce, com uma praia e uma corredeira.
A primeira a descer para a praia foi a Fátima. Depois eu e o Sergio também descemos.
A Fátima fez a sua boa ação. Deu a sua canga e um biquini para uma peregrina que tomava banho de calcinha e sutiã.


Atenção peregrinos.

Acessório que se mostrou altamente útil: Sapatilha de hidroginástica. Compramos na Centauro de Fortaleza.


Estamos no "pé do morro".
Amanhã, CEBREIRO.

sábado, 29 de maio de 2010

CUMPLEAÑOS FELIZ

Guilherme,


Hoje acordei e lembrei de você.
Olhei pela janela e vi um brinquedinho no pátio.
Parecia que você estava lá brincando. Fui lá fora e fotografei.
É o seu primeiro aniversário e eu estou muito feliz.

Quero que você aproveite muito este seu dia.

Um grande beijo do vovô peregrino que muito te ama.


sexta-feira, 28 de maio de 2010

PEREGRINOS DE ARAQUE

O caminho está cheio de peregrinos de araque. Estes dois italianos pernoiraram na mesma pensão que nós. A mochila deles é imensa, mas no caminho só a merenda.

Agora algumas fotos




Golden branco. Lindo.

Sem legenda







Com o Personal Doctor




Caldo gallego







Caldo gallego















Cearenses, Dácio e Nilza




Camino a caballo



quarta-feira, 26 de maio de 2010

NEM TETILHA NEM CANASTRO

Maria e Regina, as paranaenses do Corte Inglês.


As paranaenses de Sta Felicidade: Beth, Magali e Solange.





Acabou o bom tempo. Começou a chover ontem e o frio voltou. Hoje estava 12 ºC no caminho.
O trecho ajudou. Não teve muita subida nem muita descida.

A Galícia é realmente muito linda. A zona rural de Lugo difere um pouco da que eu conheço, que é Pontevedra.
Não se vê muitos canastros. Qualquer hora eu fotografo um.
Tetilha não tem aqui em Lugo. Pelo menos eu não vi nos mercados onde entramos e nos restaurantes eles nunca têm.
O membrilho se come com um queijo fresco que lembra o minas.
O menú é muito repetitivo. O caldo que na região do Bierzo (Castilha y Leon) era o berciano, aqui foi substituído pelo caldo gallego, que na verdade é o nosso conhecido caldo verde. No mais é filete de ternera, chuleta de cerdo, pescado e patata frita. E olha que eu sei que aqui se come muito bem e muito fartamente. As tortilhas e as empanadas que comemos pelo caminho foram excelentes.
O caminho atravessa basicamente os bosques e a área rural.
Muita pedra, lama e bosta de vaca.


Frio e vento pra botar molho no caminho.



Segunda feira quase mataram o peregrino de emoção.

Ontem, por coincidência fomos parar em uma pensão onde estava alojado um casal do Ceará. A Ines sabe quem são. Nilza e Darcio. Ficamos de papo no comedor até meia noite.
Hoje saimos de Portomarim com as paranaenses (Regina e Maria) e como a gente anda um pouco mais rápido chegamos antes em Palas de Rey. Tinhamos reserva para dois quartos duplos numa pensão (excelente, por sinal). Só que o pessoal do hotel preparou um quarto com4 camas. Resultado: Tiveram que alojar as duas na casa do dono da pensão. Melhor: Não cobraram a estadia delas.
Maria e Regina encontraram a Carla e nos disseram que ela ãchava que não ia consegir chegar a Palas pois estava sofrendo muito com os pés.
Vimos as outras três paranaenses (Solange, Magali e Beth) chegarem. Sem reserva. Não sei se conseguiram alojamento.

Só para confirmar. O Padre Augusto é uma figuraça.

CAMINHO LOTADO


Entramos na Galícia no sábado.
A coisa ficou preta, porque o caminho está lotado de peregrinos de fim de semana.
Quase não encontramos lugar no Cebreiro. Foi muita sorte encontrarmos dois quartos na Casa Carolo (pousada). Um para nós e outro para a Fátima. Maria e Regina haviam conseguido as últimas duas vagas no albergue.


Há um grupo que está percorrendo o caminho como prêmio de uma cadeia de rádio. A maioria das pessoas despacha as mochilas.
Nas cidades não há vagas.
Ontem, Maria e Regina, que haviam saído de Sarria uma hora antes de nós, estavam em Portomarim em busca de vaga, quando chegamos. Nós tambem não tinhamos reserva e quase dançamos.
Finalmente consegui dois quartos em uma pousada, dois km fora da cidade.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O GRANDE CURA

Paróquia de Sta Maria A Real em O Cebreiro


O Cebreiro

Descemos do Cebreiro e foi tranquilo.
Apesar de o caminho ser de subida até o Alto do Poio e de descida para Triacastela, não sentimos maiores problemas. Eu andei todo o percurso de papete, por causa da bolha do dedinho do pé direito. Sorte, que o caminho, apesar das descidas em trilha, estava seco. A meia ficou um lixo.
Nos perdemos da Fátima. Logo na entrada da cidade há uma pensão chamada Garcia, que fica em cima de um restaurante de mesmo nome, e em frente ao albergue público.



Alto do Poio

Alto do Poio: 1335 m

Alto de San Roque

Entrei no restaurante para ver se havia vaga e la estavam almoçando as paranaenses, Regina e Maria. Nos encheram de preocupação, pois haviam percorrido os albergues da cidade (é muito pequenina) e que os hoteis e pensões estariam completos. Elas pegaram as úlltimas vagas no albergue público.
Na pensão nos ofereceram os dois últimos quartos, no quarto andar, sem elevador.
Pegamos os dois, um para o Sergio e para mim e o outro para a Fátima, que esperávamos que estivesse chegando. Não apareceu. O Sergio subiu para o quarto e eu poercorri a cidade atrás dela. Não encontrei. Tentei o celular dela, mas o telefone público só aceita moedas de um euro e como ela não atendeu, entrou uma mensagem e o telefone me comeu a moeda.
Devolvi o quarto.
Mais tarde a Regina a encontrou e ela havia se instalado no albergue do Complexo Jacobeu.
Combinamos de ir à missa dos peregrinos, às sete horas na paróquia de Santiago de Triacastela, uma paquena igreja românica do século X. Eu cheguei na hora da comunhão e logo depois teve a leitura da oração do peregrino em vários idiomas.
Para minha surpresa, a oração em português foi lida pela nossa baiana Carla Magalhães, que também havia feito a tradução simultânea do sermão para o inglês.


Terminada a missa, eu e o Sergio, devotos que somos, fomos ao altar receber a benção do "cura".
O padre soube pela Carla que o Sergio morava no Caerá e se interessou por saber se lá havia muita graviola. Isso porque eles têm informações sobre os poderes medicinais da graviola e alguem do Brasil ficou de trazer umas, mas até agora nada.


Saindo da missa, nos reunimos todos em um bar próximo. Tudo é próximo. Apareceram as paranaenses. Amanhã a Fátima irá adiantar-se para cumprir os últimoa 100 km em tempo.


O padre, que havia ficado na igreja terinando os seus afazeres, também veio se encontrar com a gente. Grande CURA!

DESCIDA A MOLINASECA

Os dois dias mais complicados, do ponto de vista físico foram os que a gente fez de Villadangos a Molinaseca e depois de Molinaseca até Cacabelos. Nestes dois dias a vontade era só de chegar.




Quando a gente desceu de Manjarim, após a Cruz de Ferro, paramos pra tomar uma sopa em um lugarzinho muito charmoso chamado El Acebo. Nós já estávamos um pouco cansados, deixamos as mochilas na entrada do restaurante, e fomos para um pátio interno. No restaurante também funciona um albergue, e o pátoi serve para o pessoal estender as suas roupas para secar.
Apareceu a Regina, uma daquelas parananses que havíamos conhecido na véspera.

Deu vontade de ficarmos ali mesmo, mas a Fátima, havia despachado a sua mochila para Molinaseca e a gente achou que seria sacanagem não seguir com ela até lá.
Havíamos reservado tres vagas num albergue que fica na saída da cidade.
Chegamos mortos de cansados. Logo na primeira vendinha, havia uns coreanos comendo melancia (aqui se chama sandia). Não se compara às nossas melancias, mas naquela hora era o máximo. Comprei o último pedaço e dividí com o Sergio. A Fátima já havia seguido para o albergue, do outro lado da cidade, pois estava preocupada com a mochila. A distância entre a entrada e a saída de Molinaseca deve ser de um km.

Refeitos, cruzamos a cidade e, no caminho paramos em um pequenino hotel, que acabara de ser reformado e perguntamos ao dono, que estava tomando umas no boteco em frente, quanto era o quarto duplo. Quarenta euros, respondeu.
Ficamos ali. Fomos ao albergue para avisar que não iríamos ficar lá e ainda tomei esporro do dono do albergue.
Depois do banho, o dono do hotelzinho nos indicou um lugar para comermos. Chegou a nos levar até lá. Reparou que o Sergio estava com barba por fazer a alguns dias e disse-lhe que há muitas mulheres em Molinaseca, e que ele devia barbear-se.
A gente não estava interessado nas mulheres de Molinaseca. Fomos comer na varanda de um restaurante na beira do rio. Havia homens, mulheres, peregrinos e peregrinas. Não conhecemos mulheres de Molinaseca.

sábado, 22 de maio de 2010

CHEGAMOS AO CEBREIRO

Lamentavelmente esta postagem irá sem fotos pois o único computador daqui não tem entrada USB e, por isso não podemos incluir fotos.
A subida é dura, mas a jornada é menos desgastante que a descida para Molinaseca.
José Antônio e Simone, seu projeto é duríssimo. O calor é forte. E o frio também. Hoje saímos de Vega de Valcarce com 6 graus, as nove da manhã.

quinta-feira, 20 de maio de 2010