sexta-feira, 11 de junho de 2010

O MUNDO É PEQUENO EM PORTUGAL

Na terça-feira, depois de já termos percorrido boa parte de Portugal, resolvemos parar em Óbidos para dormir.
Não tinhamos reserva em hotel. Entramos na cidade para buscar um local para jantar e para dormir.
De repente, eis que surgem as nossas peregrinas, Regina e Maria, de quem a gente se havia perdido na missa dos peregrinos no domingo seguinte à nossa chegada a Santiago. Elas também estavam passeando por Portugal. Se a gente tivesse combinado um encontro, não teria dado tão certo.



Acabamos ficando na mesma pousada.

Óbidos é linda. Não venham com comparações, dizendo que Sintra é mais bonita. Não conheci Sintra. Fica para a próxima caminhada.

FREI BRAGANÇA DA TRINDADE

Vem das profundesas das serras mais transmontanas a história deste épico da gastronomia tradicional portuguesa. Ao tenro Feijão Manteiga juntaram-se o Chouriço e a Morcela, o Entrecosto e a Entremeada, a Orelha e o Chispe, a Cenoura e a Lombarda, refofados no Azeite Virgem e purificados no Vinho Branco. Acompanha um Arroz, branco e angelical.
Assim está descrito o prato do dia (quarta-feira) no cardápio da tradicional Cervejaria da Trindade, no Chiado, em Lisboa.
Nome do prato: Feijoada a Frei Bragança. Muito boa.

SERRA DA ESTRELA E SERRA DO AÇOR


No Museu do Pão, em Seia, entrada do Parque Nacional da Serra da Estrela.


Serra da Estrela ao anoitecer

Lagoa Comprida. 1700 m de altitude

Sabugueiro. Aldeia mais alta de Portugal. Perto de Seia. Excelente dormida e comida


Esta torre está no ponto mais alto de Portugal, que tem uma altitude de 1978 metros. Foi construída para completar 2.000 m.


Restos de neve ainda persistentes na primavera


Alto da Serra da Estrela. Dizem os portugueses que só tem graça com neve. Nesta época do ano quase não há turistas na região. Melhor pra nós.

Chã d' Égua. Na estradinha para Piódão.


Piódão. Aldeia remota na Serra do Açor. As casas e o calçamento das ruas é todo em xisto. Poucas pessoas (mesmo em Portugal) conhecem este lugar.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

SOFRER É MAU, MAS TER SOFRIDO É MUITO BOM





Dia 29 de maio chagamos a Santiago de Compostela.

Nós e a Carla, que encontramos ao entarmos no município.


A sensação é um misto de prazer alegria por ter completado o caminho,


E de nostalgia, por ver a missão cumprida e concluída. Amanhã não precisaremos mais caminhar.


A recompensa: A Compostela.











E o almoço com o José Luis, na Casa Manolo

A frase não é minha, mas adotei: "SUFRIR É MALO, PERO TER SUFRIDO É BO" (original em galego)





segunda-feira, 31 de maio de 2010

UMA CASA GALLEGA, UMA REDE E UM CANASTRO

Estamos na Casa Amenal, provavelmente, nosso último pouso antes de chegarmos a Santiago.
É uma casa dirigida por uma pessoa maravilhosa chamada Marisa. Lembra-me muito a Olga, irmã da minha sogra, que mora em um pueblo perto de Tuy, no sul da Galícia, quase fronteira com Portugal.
É gente muito simples e que nos deixa muito à vontade

O jantar foi servido sem as duas australianas que estavam com problemas intestinais e para quem a Marisa havia feito uma canja sem gordura.
Elas pareciam realmente muito mal. Eu havia passado por elas um pouco antes, no caminho, e aparentavam estar esgotadas.
Elas jantaram antes de nós, mas chegamos a conversar um pouco. No dia seguinte elas sairam antes e, alguns km adiante passamos por elas. Pareciam melhor.

Casa gallega. Comida gallega. Membrilho, tetilha e aguardiente de hierbas.

Pra Ines, Paulo, Marli, Simone, José, Edson e demais peregrinos que não levam a sério a questão da rede.
Rede é tudo para um peregrino cansado.
Vou lançar duas campanhas:
1- Abaixo as descidas
2- Campanha pela instalação de ganchos nos albergues e demais locais de descanso do caminho.




Finalmente um canastro. High tech

UM DIA ANTES DO CEBREIRO

O dia que antecede a subida ao Cebreiro é relativamente tranquilo. Sem grandes subidas nem descidas

Passamos por Villafranca del Bierzo às 11 horas e já havia gente esperando a abertura do albergue. Despachei pelo correio as roupas de frio que ainda levava. Pesei a minha mochlila sem os casacos: 6,2 kg.
Depois de Villafranca o caminho segue as carreteras. A meta é ficar em Ruitelan, no albergue do Carlos e Luis, recomendados pela Ines.

Em Vega de Valcarce (um km antes de Ruitelan) a gente vê o anúncio de uma pensão chamada Fernandes. Já estávamos cansados e decidimos investigar. Eles tinham um apartamento de três quartos, banheiro e cozinha. R$ 45 euros. Quinze pra cada.
Ficamos.
Na frente do apartamento, o rio Valcarce, com uma praia e uma corredeira.
A primeira a descer para a praia foi a Fátima. Depois eu e o Sergio também descemos.
A Fátima fez a sua boa ação. Deu a sua canga e um biquini para uma peregrina que tomava banho de calcinha e sutiã.


Atenção peregrinos.

Acessório que se mostrou altamente útil: Sapatilha de hidroginástica. Compramos na Centauro de Fortaleza.


Estamos no "pé do morro".
Amanhã, CEBREIRO.

sábado, 29 de maio de 2010

CUMPLEAÑOS FELIZ

Guilherme,


Hoje acordei e lembrei de você.
Olhei pela janela e vi um brinquedinho no pátio.
Parecia que você estava lá brincando. Fui lá fora e fotografei.
É o seu primeiro aniversário e eu estou muito feliz.

Quero que você aproveite muito este seu dia.

Um grande beijo do vovô peregrino que muito te ama.


sexta-feira, 28 de maio de 2010

PEREGRINOS DE ARAQUE

O caminho está cheio de peregrinos de araque. Estes dois italianos pernoiraram na mesma pensão que nós. A mochila deles é imensa, mas no caminho só a merenda.

Agora algumas fotos




Golden branco. Lindo.

Sem legenda







Com o Personal Doctor




Caldo gallego







Caldo gallego















Cearenses, Dácio e Nilza




Camino a caballo



quarta-feira, 26 de maio de 2010

NEM TETILHA NEM CANASTRO

Maria e Regina, as paranaenses do Corte Inglês.


As paranaenses de Sta Felicidade: Beth, Magali e Solange.





Acabou o bom tempo. Começou a chover ontem e o frio voltou. Hoje estava 12 ºC no caminho.
O trecho ajudou. Não teve muita subida nem muita descida.

A Galícia é realmente muito linda. A zona rural de Lugo difere um pouco da que eu conheço, que é Pontevedra.
Não se vê muitos canastros. Qualquer hora eu fotografo um.
Tetilha não tem aqui em Lugo. Pelo menos eu não vi nos mercados onde entramos e nos restaurantes eles nunca têm.
O membrilho se come com um queijo fresco que lembra o minas.
O menú é muito repetitivo. O caldo que na região do Bierzo (Castilha y Leon) era o berciano, aqui foi substituído pelo caldo gallego, que na verdade é o nosso conhecido caldo verde. No mais é filete de ternera, chuleta de cerdo, pescado e patata frita. E olha que eu sei que aqui se come muito bem e muito fartamente. As tortilhas e as empanadas que comemos pelo caminho foram excelentes.
O caminho atravessa basicamente os bosques e a área rural.
Muita pedra, lama e bosta de vaca.


Frio e vento pra botar molho no caminho.



Segunda feira quase mataram o peregrino de emoção.

Ontem, por coincidência fomos parar em uma pensão onde estava alojado um casal do Ceará. A Ines sabe quem são. Nilza e Darcio. Ficamos de papo no comedor até meia noite.
Hoje saimos de Portomarim com as paranaenses (Regina e Maria) e como a gente anda um pouco mais rápido chegamos antes em Palas de Rey. Tinhamos reserva para dois quartos duplos numa pensão (excelente, por sinal). Só que o pessoal do hotel preparou um quarto com4 camas. Resultado: Tiveram que alojar as duas na casa do dono da pensão. Melhor: Não cobraram a estadia delas.
Maria e Regina encontraram a Carla e nos disseram que ela ãchava que não ia consegir chegar a Palas pois estava sofrendo muito com os pés.
Vimos as outras três paranaenses (Solange, Magali e Beth) chegarem. Sem reserva. Não sei se conseguiram alojamento.

Só para confirmar. O Padre Augusto é uma figuraça.

CAMINHO LOTADO


Entramos na Galícia no sábado.
A coisa ficou preta, porque o caminho está lotado de peregrinos de fim de semana.
Quase não encontramos lugar no Cebreiro. Foi muita sorte encontrarmos dois quartos na Casa Carolo (pousada). Um para nós e outro para a Fátima. Maria e Regina haviam conseguido as últimas duas vagas no albergue.


Há um grupo que está percorrendo o caminho como prêmio de uma cadeia de rádio. A maioria das pessoas despacha as mochilas.
Nas cidades não há vagas.
Ontem, Maria e Regina, que haviam saído de Sarria uma hora antes de nós, estavam em Portomarim em busca de vaga, quando chegamos. Nós tambem não tinhamos reserva e quase dançamos.
Finalmente consegui dois quartos em uma pousada, dois km fora da cidade.